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Como não existe resposta certa para isso, vamos entender um pouco sobre as manutenções, vantagens e desvantagens de escolher um desses lugares.

O cronograma de manutenção de um carro foi desenvolvido pelos engenheiros do fabricante, com base em cálculos de desgastes das peças, seja por quilometragem rodada ou por tempo de uso. Ninguém quer ter um carro que quebre ou pare do nada, por isso é prudente que tudo seja feito antes do limite de desgaste, por isso chamamos de manutenção preventiva. Quando algo quebra de vez, chamamos essa manutenção de corretiva.

É impressionante como boa parte das pessoas negligenciam essas manutenções e estão sempre contando com a sorte. Piora quando o dono tem um carro daquelas marcas famosas por serem duráveis. Ele coloca na cabeça que o veículo é inquebrável e segue rodando sem manutenções. Claro que não existe carros inquebráveis, e cedo ou tarde a conta da manutenção corretiva vai chegar.

Desde o meu primeiro carro todos foram comprados usados e nunca optei por fazer as revisões em concessionária. Felizmente conheço profissionais competentes que jamais me deixaram na mão.

Nem por isso eu posso afirmar que minha escolha é a correta. Se o dono do carro que estou avaliando apresentar comprovantes de manutenções em concessionária, estarei satisfeito.

Ou seja, independente da minha opção pessoal, o que importa mesmo é seguir o cronograma que está no manual do carro e realizar as manutenções corretamente. A escolha do local fica a critério de cada um.

As revisões em concessionária são feitas por profissionais qualificados que respeitam os padrões do fabricante. Teoricamente, estão equipados com ferramental que atenda as especificações do carro, além de utilizarem peças de reposição homologadas pelo fabricante.

Quando o carro ainda está dentro do período de garantia do fabricante, uma das condições para permanecer com essa cobertura é que as manutenções sejam feitas em concessionária. Os carimbos dessas revisões no manual certamente serão valorizados numa futura revenda do carro.

Entretanto, é reconhecidamente mais caro revisar o carro em uma concessionária. Mesmo as primeiras revisões, que geralmente se limitam em trocas de óleos do motor e dos filtros, são bem mais caras devido ao elevado custo de mão de obra. Esse é o motivo principal que me afasta das concessionárias.

Piora quando tentam vender produtos ou serviços que são dispensáveis. Em muitos carros que avalio, vejo notas fiscais com itens que não fazem parte do cronograma de manutenção do carro. Tenho muitos exemplos para citar. Os mais recentes foram de um Peugeot que teve velas trocadas com apenas 10 mil km e de um Mitsubishi que teve o líquido sistema de arrefecimento substituído em todas as quatro primeiras revisões.

Esses itens foram pagos, portanto descarto a hipótese de problemas que foram solucionados em garantia. Qualquer um que tenha conhecimento de carros sabe que essas pessoas foram supostamente enganadas, pois os itens citados suportam quilometragens bem maiores do que essas.

Gostaria de afirmar que, para a grande maioria das pessoas que tem pouco ou nenhum conhecimento sobre carros, a concessionária é o local mais seguro, mas sei que na prática essas pessoas são presas fáceis para eles.

São vários os casos de peças cobradas que não foram substituídas. Nos exemplos acima, fica difícil saber se de fato as velas do Peugeot foram trocadas, e se o liquido de arrefecimento do Mitsubishi foram de fato substituídos.

Já numa oficina mecânica particular, a maior dificuldade está na escolha dela. Existe grandes chances de cair nas mãos de profissionais desonestos, pouco qualificados e que estão interessados somente no lucro, não na solução do problema.

Para isso, é preciso pedir indicações para familiares ou amigos. É pouco provável que ninguém conheça um bom mecânico para recomendar os serviços. Se mesmo assim não conseguir, recomendo procurar em grupos de internet de donos de carros iguais ao seu. Tenho certeza que vai conseguir uma boa indicação de oficina que te atenda.

Uma vez escolhida a oficina, são grandes as chances dos mesmos serviços ficarem mais baratos, quando comparado com uma concessionária. Também existe uma flexibilidade no horário e na política de atendimento que dificilmente conseguirá numa concessionária.

Não é só a mão de obra que costuma ser mais barata. Algo que barateia bem o custo final da manutenção é o fato de o mecânico particular poder escolher, junto com o dono do carro, a procedência da peça que será trocada. Enquanto na concessionária é obrigatório o uso de peças genuínas, homologadas pelo fabricante do carro, a oficina particular pode optar por marcas paralelas, com preços bem mais baixos.

Sei que muitas peças paralelas são ruins, mas um bom mecânico sabe recomendar marcas boas, que conseguem substituir as peças originais com qualidade similar.

Caso a oficina escolhida não seja das melhores, é provável que seu carro receba peças de reposição de qualidade duvidosa, além do profissional talvez nem ser habilitado para realizar o serviço, seja por falta de conhecimento ou de ferramental própria para algum serviço específico.

Seguindo com as desvantagens de optar por um mecânico particular, o serviço feito por ele não será aceito pelo fabricante em uma possível reclamação dentro do período de garantia. Minimizo isso quando noto que os casos de pedido de garantia são pequenos diante do número de venda de carros.

Para concluir, a minha escolha está diretamente ligada ao fato de que nunca tive experiências ruins com meus carros. A escolha de bons profissionais, que são honestos e justos, é fundamental. Mesmo que compre um carro com pouco tempo de uso e que possivelmente ainda esteja no período de garantia do fabricante, não aceitaria pagar bem mais caro por um serviço que sei que meu mecânico também pode fazer.

Por fim, independentemente de onde você escolher levar seu carro, sempre solicite para ver as peças que foram substituídas e, se possível, fotos ou vídeos da instalação das peças novas.