Polícia vê denúncia vazia sobre suposta lavagem de dinheiro no Corinthians

Cerca de um mês após pedir pela abertura de um inquérito para apurar três denúncias anônimas de lavagem de dinheiro no Corinthians, a Polícia Civil do Estado de São Paulo se manifestou em relatório final enviado ao Ministério Público e alegou que não consegue viabilizar a continuidade das investigações.
No relatório, a polícia diz que "não foi possível angariar elementos contundentes que corroborassem os quadros delitivos descritos nas denúncias, inviabilizando, assim, o aprofundamento da investigação". A informação consta em documento datado do último dia 9 de novembro, ao qual a coluna teve acesso.
"Em síntese, mesmo diante dos esforços envidados e - salvo melhor juízo - não foram coligidos substratos mínimos de autoria e materialidade de fatos ilícitos penais que, nessa condição, viabilizassem a continuidade das investigações", diz o relatório da Polícia Civil.
O documento foi encaminhado para que o Ministério Público dê o seu parecer, decidindo se quer que a investigação seja arquivada ou não. A Justiça vai aguardar a manifestação do MP.
O relatório é datado três dias depois de o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, se manifestar no processo e dizer que denúncias idênticas haviam sido feitas meses antes à Promotoria do Patrimônio Público e Social, tendo sido arquivadas. Em resposta, a polícia diz que os trabalhos investigativos concentraram-se nas denúncias anônimas e "restaram infrutíferos".
Segundo o relatório, os investigadores analisaram dados relativos às contas do clube, cujo acesso é público, além de reportagens jornalísticas, com destaque para as eleições presidenciais no clube, em 25 de novembro. A polícia afirma que fez um elo entre as denúncias anônimas e o pleito.
A polícia havia informado que estavam entre os investigados o presidente Duilio Monteiro Alves, o ex-presidente Andrés Sanchez, os conselheiros André Luiz de Oliveira - candidato à presidência pela situação -, Manoel Ramos Evangelista e o empresário Fernando Garcia.
A coluna tentou contato com o delegado Tiago Fernando Correia, que assina o relatório, mas ele não respondeu. A reportagem será atualizada caso queira se manifestar.
O que diz o Corinthians
"Conforme já esperávamos, recebemos com tranquilidade o relatório com o pedido de arquivamento, deixando clara a falta total de qualquer elemento que pudesse fundamentar a abertura de inquérito. Já é a terceira levianamente apresentada desde o início da disputa eleitoral, sempre mirando a diretoria executiva e conselheiros, sob falsa acusação de crime de lavagem de dinheiro envolvendo o Corinthians. Aliás, o modus operandi das três apócrifas denúncias é idêntico e sem idoneidade alguma.
Como se trata de denúncia que mancha a reputação da instituição, o Corinthians já pediu abertura de investigação por denunciação falsa caluniosa, falsa comunicação de crime e associação criminosamente e já temos indícios da origem intelectual desses crimes e onde ele foi arquitetado.
Acima de tudo, é do interesse do Sport Club Corinthians Paulista demonstrar a lisura de seu funcionamento e a sua capacidade de controle. Por isso, nós vamos atrás dos responsáveis para que sejam punidos criminal, cível e até administrativa e estatutariamente, se for o caso", disse Daniel Bialski, membro da equipe jurídica do Corinthians.
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