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Em uma classificação em que os dois primeiros, Max Verstappen e Charles Leclerc, ficaram separados por 0s048, a grande discussão na Fórmula 1 foi o número de voltas deletadas durante a sessão que definiu o grid para o GP da Áustria neste domingo e que apontou a tendência para o dia de sprint neste sábado. A sessão teve 47 tempos desconsiderados porque pilotos saíram da pista, o que irritou até mesmo o líder do mundial e fez com que seu companheiro, Sergio Perez, ficasse de fora do top 10 pela quarta vez seguida. O mexicano larga em 15º.

"Foi uma questão de sobreviver", disse Verstappen. "Acho que foi meio bobo hoje. Quase parecia que éramos amadores com a quantidade de voltas deletadas. Não acho que isso passou uma boa imagem."

Essa questão dos limites de pista aparece em alguns circuitos principalmente em curvas de alta velocidade que, por seu desenho ou topografia, acabam jogando o carro para fora quando se entra muito rapidamente. Como não há um limite físico como um muro, brita ou uma zebra mais alta por uma questão de segurança justamente pela velocidade dos carros, cabe à FIA controlar dessa forma o regulamento. E não há motivos para acreditar que isso deixará de ser um tema fundamental para a classificação que define o grid de largada da sprint, neste sábado.

Verstappen poderia até ter ficado ainda mais irritado, pois chegou a ser investigado por ter atrapalhado Kevin Magnussen durante a classificação. Se fosse considerado culpado, perderia três posições no grid. Mas os comissários determinaram que o dinamarquês perdeu tempo porque atacou demais a zebra da primeira curva, e não por culpa do holandês.

Atualizações da Ferrari dão confiança aos pilotos nas curvas rápidas

Mesmo na bronca, Verstappen já garantiu a pole position do GP de domingo, ainda que com muito menos folga do que esperava justamente por não querer arriscar ter a volta deletada. Leclerc arriscou especialmente nas duas curvas de alta velocidade que fecham o circuito, e por pouco não roubou a pole.

Tanto o monegasco, quanto seu companheiro Carlos Sainz, terceiro no grid de domingo, estavam contentes com a evolução do carro justamente nas curvas de alta velocidade. Isso tem relação direta com o novo assoalho e asa dianteira que a Ferrari introduziu na Áustria, completando um pacote que, inicialmente, visava melhorar o rendimento em curvas mais lentas.

Resta, agora, saber se a Ferrari também evoluiu na questão da consistência no ritmo de corrida, e a sprint do sábado, com um terço da duração do GP, vai dar os primeiros sinais disso.

Isso, se não chover. A previsão é de chance bastante alta de chuva praticamente por todo o dia. Sainz é um dos pilotos que estão fazendo a dança da chuva porque teve de gastar todos os jogos de pneus macios na classificação e, por isso, teria que usar um jogo usado caso chegue no Q3 na classificação da sprint deste sábado. O regulamento obriga os pilotos a usarem pneus duros no Q1, médios no Q2 e macios no Q3 na definição do grid para a corrida curta.

Aposta da McLaren com Lando Norris dá resultado

Quem também chamou a atenção nesta sexta-feira no Red Bull Ring foi Lando Norris, quarto colocado com a McLaren. O inglês sempre anda bem na pista austríaca, mas grande parte do resultado se deveu ao extenso pacote que a McLaren está usando apenas em seu carro neste final de semana.

Trata-se de uma aposta da equipe, que estava preparando as novidades para a próxima prova, na Inglaterra, mas decidiu antecipá-las mesmo com o cronograma complicado de final de semana de sprint. A dá sinais de ter dado certo não só pelo resultado, mas pela maneira como Norris o conquistou: o carro manteve a boa performance que tinha em curvas lentas mas deixou de dever tanto quanto antes nas retas.

Isso anima Norris para a briga que terá na corrida com as Mercedes pois, até aqui, mesmo quando o inglês se classificava bem, sofria na corrida por conta de falta de velocidade de reta.

É difícil avaliar o ritmo de corrida de Norris para o resto do final de semana, pois o carro mudou bastante do único treino livre para a classificação, mas a Mercedes acredita que está em terceiro em termos de ritmo de corrida, atrás de Red Bull e da Ferrari, com a Aston Martin ficando um pouco mais para trás na pista da Áustria. "Não sei muito bem o porquê, mas no passado nosso carro nunca casou muito bem com essa pista e isso está acontecendo mais uma vez", lembrou Lewis Hamilton, quinto no grid.

Um dos pilotos que não tiveram uma classificação tranquila por conta das bandeiras amarelas, Fernando Alonso saiu satisfeito com o sétimo lugar no grid, mesmo ficando atrás do companheiro Lance Stroll. Ele está contente com a sensação no carro, e aposta em um sábado chuvoso para ter um resultado forte na sprint, aproveitando que todos os resultados da classificação de hoje não valem nada no sábado. Mas os sinais de que a Ferrari melhorou, a aposta da McLaren foi acertada e os limites de pista vão dar dor de cabeça são claros.