Williams admite queda em 2024 para evoluir no futuro e segurar Alex Albon

A Williams vem tendo uma excelente temporada em 2023 com o sétimo lugar e quase o dobro de pontos da rival mais próxima. É o melhor campeonato do time desde 2016, quando eles podiam se aproveitar da enorme vantagem do motor Mercedes. Mas o chefe James Vowles não está satisfeito e avisa: o time pode ter uma queda em 2024 porque a prioridade é pensar mais alto a médio prazo.
"Mesmo que eu goste da ideia de manter a sétima colocação no campeonato, eu quero ver a Williams brigando com a Alpine, com a McLaren. Nós precisamos parar algumas coisas, quebrar alguns padrões, fazer uma reestruturação", explicou Vowles, que assumiu a equipe no começo do ano vindo de anos na Mercedes, e ficou impressionado negativamente com o abandono das estruturas desde que o time passou a receber menos investimento, no começo do século.
"O que quero que o pessoal da fábrica faça é entender o que precisamos para sermos competitivos não em 2024, mas em 2025 e 2026. Você pode pensar que está longe, mas temos de mudar muita coisa que não estava no lugar certo nos últimos 20 anos, e não dá para fazer isso repetindo as mesmas coisas", disse ele.
"Não dá para pedir para alguém que está correndo na esteira para fazer um lanche para você. Não estou interessado em 2023 ou 2024, mas além disso. Temos que focar em desenvolver sistemas e procedimentos que façam com que nós sejamos mais poderosos daqui em diante. É uma decisão difícil porque sei que podemos dar um passo atrás ano que vem. E tudo bem, contando que isso seja para que nós coloquemos em prática sistemas que vão ajudar a evoluir depois."
É clara a preocupação de Vowles com a estrutura da Williams, e ele inclusive está pleiteando um orçamento maior para fazer as mudanças necessárias. Dentro das regras de teto de gastos da F1, cada equipe pode investir no máximo 36 milhões de dólares a cada quatro anos em infraestrutura. A Williams precisa de muito mais que isso para chegar em um nível parecido ao dos rivais.
Mas não é só isso que a Williams precisa rever. Seu carro funciona bem em condições bastante particulares. Quando há muitas retas e todos estão andando em cargas baixas de pressão aerodinâmica, e, desde a atualização feita no GP da Grã-Bretanha, o carro também funciona bem com baixas temperaturas e pista molhada, mesmo em circuitos de mais carga.
Por um lado, é isso que está fazendo o time ter tantos pontos, já que Alex Albon conquistou dois sétimos lugares em pistas com retas longas. Por outro, não é suficiente para que o time dê esse próximo passo que Vowles quer. Ou seja, será preciso mexer na filosofia do carro e isso pode custar inicialmente.
Mas é uma aposta para o futuro e também para convencer Albon a ficar. O piloto marcou 25 dos 29 pontos que a Williams fez nas duas últimas temporadas e está chamando a atenção de equipes maiores. Convencer Albon de que há futuro na Williams é uma das missões de Vowles.
"Nós temos que provar que somos um competidor sério que quer estar na ponta. É dessa maneira que Alex vai continuar conosco no futuro. Ele gosta dessa jornada, ele está confortável e é um líder no nosso ambiente. E é por isso que estamos tirando o melhor dele."
Mas quanto tempo o tailandês teria de esperar? Vowles usou o exemplo de Fernando Alonso, que é 15 anos mais velho que seu piloto, para dizer que ele não precisa ter pressa. "Se você olhar o exemplo do Fernando, são anos que Alex tem ainda de carreira adiante. Ele ainda tem muito tempo."
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