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ReportagemEsporte

pokerstars - São Paulo perto da Copa inédita e o Flamengo à beira do abismo

O Maracanã estava simplesmente espetacular, de vermelho, preto e branco. Nas bandeiras e uniformes.

Porque devido à gentrificação de que tem sido vítimas os estádios brasileiros por meio de selvagem preço de ingressos, as imagens da TV registravam quase exclusivamente a presença de torcedores brancos.

No gramado, não.

Seis negros entre os 11 do Flamengo e cinco no São Paulo.

Se Jorge Sampaoli esperava que Dorival Júnior começaria o clássico atrás para suportar a previsível pressão rubro-negra, enganou-se.

O Tricolor jogava com agressividade e os primeiros 20 minutos passaram sem nenhuma ameaça carioca — e com uma paulista, aos 16, quando Calleri fez Matheus Cunha trabalhar.

Pelo menos para os olhos, o gramado estava à altura da importância dos primeiros 90 minutos da decisão da Copa do Brasil.

O Flamengo dependia mais de seus talentos individuais, pouco organizados. O São Paulo se valia do coletivo.

E foi no talento de Pedro e Gabigol que o Flamengo construiu sua primeira boa jogada no ataque, já aos 27, embora sem levar perigo porque Arboleda apareceu para desmontar a trama.

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Na parada para hidratação os jogadores da Gávea conversaram mais entre si do que com o treinador.

Aos 35, Bruno Henrique teve boa oportunidade, salva por Beraldo, quando o São Paulo já havia finalizado duas vezes, uma no gol, o Flamengo nenhuma e com três escanteios, todos tricolores.

Aos 40, foram os paulistas que criaram a melhor jogada, mas nem Calleri e nem Rato chegaram em tempo de empurrar a bola para a rede com o gol aberto.

E, aos 46, Rodrigo Nestor cruzou da esquerda na cabeça de Calleri para abrir o placar: 1 a 0, com justiça.

Quando o intervalo chegou uma coisa era certa: não seria neste domingo que o Flamengo jogaria bem, a menos que houvesse metamorfose total no segundo tempo.

O São Paulo predominava e obtinha ótimo resultado, com 64% de posse de bola.

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O Maracanã emudeceu no gol e vaiou no fim porque o time não dava motivo para cantoria. Só faltava pedir a volta de Dorival Júnior.

Em busca de salvar a pele, Sampaoli voltou com Everton Ribeiro no lugar de Victor Hugo.

A pressão inicial prevista para o começo do jogo aconteceu no início na etapa final e, aos 10, por pouco uma confusão na pequena área não resultou no empate, com pronta resposta de Alisson dois minutos depois.

No lance, Alisson se machucou e teve de ser trocado por Gabi, uma pena porque ele estava muito bem.

Luciano e Michel Araújo nos lugares de Nestor, por decisão técnica, e Lucas Moura, com câimbras, aos 22.

O tempo final chegava à metade e, embora o Flamengo estivesse melhor, o São Paulo se defendia bem.

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Se estivesse 0 a 0 estaria bom para o Tricolor. Com 1 a 0 de vantagem, estava ótimo.

Aos 28, Juan e Wellington nas vagas de Caio Paulista e Rato, as duas últimas trocas de Dorival Júnior, e Gabigol saiu machucado para Cebolinha jogar. O parte do Maraca vaiou o ídolo, parte aplaudiu.

Thiago Maia e Matheuzinho nos lugares de Pulgar e Wesley, aos 33.

Gabi deu um passe errado nos pés de Cebolinha e o ponta o desperdiçou.

Obviamente o resultado não determinava o título inédito e a perda do pentacampeonato, porque o Morumbi lotado não assustará o experiente elenco carioca. O problema do Flamengo é outro: é o efeito do combustível da torcida no time anfitrião.

O abismo rubro-negro que começou ao perder o título estadual para um tricolor, o Fluminense, pode virar definitivo por causa do outro, o São Paulo.

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Anunciados público e renda, mais de 67 mil torcedores e 26 milhões de reais de renda, a elite presente fez coro de protesto contra Rodolfo Landim.

Diga-se que o São Paulo praticamente não jogou no segundo tempo, com seis minutos de acréscimos.

Tratou de administrar a vantagem e teve competência ao fazê-lo.

Dorival Júnior está perto de ser bicampeão seguido da Copa do Brasil, por dessas ironias do futebol, ele que a venceu com o Santos, em 2010, e com o Flamengo, no ano passado.

Só se ouvia a torcida do São Paulo no Maracanã, além, é claro, das vaias. E vergonha, vergonha, time sem-vergonha.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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