pokerstars

Conteúdo publicado há 22 dias

Charles tem 1º ano de reinado marcado por cautela e crises familiares

A morte da rainha Elizabeth 2ª completou um ano ontem (8) e, com isso, a acessão ao trono do Rei Charles 3º, 74, também comemorou seu primeiro aniversário.

Depois de 74 anos de espera, Charles precisou superar a antipatia por ele e por Camilla, a crescente rejeição da monarquia, crises com os príncipes Harry e Andrew "herdadas" do reinado da mãe, além da falta da rainha Elizabeth 2ª, que era tida como uma "avó" pelo povo britânico.

Por isso, até agora, o reinado do monarca foi levado com cautela. Veja o que marcou o primeiro ano de Charles no trono:

Coroação tradicional com toques de modernidade

A coroação, em maio, o primeiro grande evento do reinado de Charles, foi mais enxuta e mais modernaem comparação à da rainha Elizabeth 2ª em 1953.

Nela, o rei fez acenos à diversidade e à sustentabilidade, bandeiras que sempre defendeu enquanto príncipe de Gales. A cerimônia incluiu representantes de várias religiões e reutilizou objetos que antes eram proibidos exclusivamente para as coroações.

Crises na família

A rixa com o príncipe Harry e a mulher, Meghan Markle, segue sem grandes mudanças. "Eles estão entrincheirados. Ninguém está se mexendo. Harry quer um pedido de desculpas que nunca vai receber, e Charles está seguindo em frente", afirmou o biógrafo Christopher Andersen, autor do livro "O Rei" (Editora BestSeller), em entrevista a Splash.

Em março, Charles despejou Harry e Meghan da residência real Frogmore Cottage. Apesar de não morarem mais lá, o casal se hospedava na residência nas visitas ao Reino Unido.

Continua após a publicidade
Príncipe Harry deixa a Abadia de Westminster após a coroação
Príncipe Harry deixa a Abadia de Westminster após a coroação Imagem: Karwai Tang/WireImage via Getty Images

Foram poucos os acenos dos dois lados. Em seu primeiro discurso, Charles ressaltou o "amor" que sente por Harry e Meghan, e o livreto de programação oficial da coroação até incluiu uma foto de toda a família reunida. Harry compareceu à coroação do pai sem Meghan, mas voltou rapidamente aos Estados Unidos sem tirar retratos oficiais ou participar dos eventos da família. Ele também não se encontrou com os familiares ontem (8), no aniversário da morte da rainha.

"Ele ganharia 'pontos' com o público se resolvesse o conflito entre William e Harry", opinou o biógrafo Andrew Morton, em entrevista a Splash. "Ele está com as mãos no leme, mas não está mudando muitas coisas. [...] Seria bom se ele 'forçasse' os dois a se entenderem como pai e como rei".

Contrariando expectativas, Charles também não fez grandes movimentos em relação ao príncipe Andrew, afastado das funções públicas desde a exposição de seu envolvimento nos escândalos sexuais de Jeffrey Epstein.

O rei adiou o despejo de Andrew do Royal Lodge, em Windsor,enquanto a ex-mulher do príncipe, Sarah Ferguson, com quem ele ainda mora, se recupera de um câncer de mama. Segundo a imprensa britânica, a ideia do rei era realocar o casal em Frogmore Cottage. Em dezembro do ano passado, Charles "expulsou" o escritório de Andrew do Palácio de Buckingham.

O príncipe Andrew, porém, está se movimentando para reconquistar regalias. Ele começou uma campanha interna discreta para reaver sua segurança oficial. Recentemente, ele foi fotografado ganhando uma "carona" do príncipe William e de Kate para a igreja, sinalizando uma reaproximação da família.

Continua após a publicidade

Política

Charles tem uma família real "reduzida", como a imprensa britânica dizia que era o seu desejo antes de se tornar rei. Um dos retratos oficiais da coroação exemplifica isso, com 12 pessoas (a maioria idosa) na foto, em comparação às dezenas que apareciam nos registros da realeza em décadas anteriores. Os mais novos, Kate e William, têm 41 anos, enquanto o mais velho, o duque de Kent, tem 87. Para a princesa Anne, irmã de Charles, uma monarquia reduzida "não é uma boa ideia", já que há menos pessoas aptas a tocar os compromissos oficiais.

Continua após a publicidade

Ele tem sido mais contido em relação a questões políticas, diferente de quando era príncipe. Exemplo disso foi sua ausência na conferência sobre mudanças climáticas COP27. Em vez disso, ele organizou uma recepção para os representantes internacionais no Palácio de Buckingham. Em outros assuntos, porém, Charles tem sido transparente, a exemplo de seu posicionamento claro a favor da Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Charles não fez nenhuma mudança marcante no financiamento da monarquia, que terá um corte de 3% no Fundo Soberano no próximo ano. O monarca, no entanto, ganhou destaque positivo na imprensa ao pedir ao governo que os lucros milionários de parques eólicos pertencentes à Coroa Britânica fossem direcionados "para um bem público mais amplo, e não para o Fundo Soberano."

Em breve, Charles lançará uma iniciativa para combater o desperdício de alimentos, projeto que está de acordo com sua defesa de longo prazo da sustentabilidade. A imprensa britânica afirma também que ele está procurando reduzir o número de funcionários em sua casa. Houve também uma redução no aquecimento dos palácios para diminuir a emissão de gases.

O rei também deve fazer uma turnê pela Comunidade das Nações e pelo mundo, de acordo com Christopher Andersen. "Ele [precisa] vender seu reino e o fato de que a rainha se foi e agora é ele quem vai liderá-los para o futuro", afirmou o autor.

Rejeição e protestos

A coroação foi marcada por protestos antimonarquistas, e pelo menos 64 pessoas foram presas na ocasião — algumas sequer eram manifestantes. Em julho, na "segunda coroação" de Charles na Escócia não foi diferente, e os gritos contra a monarquia dos manifestantes do lado de fora da Catedral de Santo Egídio ecoaram durante toda a cerimônia.

Continua após a publicidade

60% têm uma visão favorável de Charles, em comparação com 32% que têm uma visão negativa, revelou uma pesquisa da YouGov realizada na última semana.

Os jovens se importam muito menos, em geral, com a família real, segundo a pesquisa. Seis em cada dez pessoas querem manter a monarquia, segundo a pesquisa da YouGov, mas pouco mais de um quarto quer um chefe de Estado eleito, e apenas 35% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos querem mantê-la.

*Com informações da Reuters.

Veja também

Deixe seu comentário

Só para assinantes
pokerstars Mapa do site